Erva-vaqueira

Calendula arvensis
Compostas (Asteraceae)


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Calendula arvensis, comummente conhecida como malmequer-dos-campos, é uma espécie de planta com flor pertencente à família das Asteráceas e ao tipo fisionómico dos terófitos.

Nomes comuns

Dá ainda pelos seguintes nomes comuns: calêndula (não confundir com a Calendula oficinalis, que consigo partilha este nome), erva-vaqueira (ou simplesmente vaqueira) e belas-noites.

Regionalmente, é conhecida na Madeira como ensaboio.

Descrição

Trata-se de uma espécie herbácea anual, de indumento pubescente e glanduloso.

No que toca aos caules desta espécie, são de tipo decumbente e ramificado, ascendendo a dimensões que alternam entre os 10 e os 30 centímetros.

Relativamente às folhas, são pouco densas, e apresentam um formato entre o lanceolado e o oblongo-ovado, exibindo, geralmente, orlas dentadas. As folhas podem medir até 6 centímetros e meio de comprimento, sendo que as folhas basais têm pecíolo curto, ao passo que as folhas do caule são tendencialmente sésseis, se bem que, por vezes, possam ser amplexicaules.

Caracterizam-se pelas flores de cor amarela, que por seu turno exibem lígulas de menos de 10 milímetros. Por fim, os aquénios desta planta situam-se na periferia e podem assumir um formato anelar, curvo ou patente, contando ainda com com um bico e duas asas espinhosas.

Portugal

Trata-se de uma espécie presente no território português, nomeadamente em Portugal Continental, no Arquipélago dos Açores e no Arquipélago da Madeira.

Em termos de naturalidade é nativa de Portugal Continental e Arquipélago da Madeira e introduzida no arquipélago dos Açores.

Do que toca a Portugal Continental marca presença em todas as zonas do território.

No Arquipélago da Madeira, ocorre na Ilha da Madeira, na Ilha de Porto Santo, nas Selvagens e nas Desertas.

No Arquipélago dos Açores ocorre em todas as ilhas com excepção na Ilha do Corvo.

Ecologia

Trata-se de uma espécie ruderal e rupícola, que privilegia as courelas agricultadas, veigas, bouças, orlas de caminhos e baldios citadinos. Medra em locais com alguma movimentação e sinais da presença humana.

Protecção

Não se encontra protegida por legislação portuguesa ou da Comunidade Europeia.

Taxonomia

A Calendula arvensis foi descrita primeiramente por Sébastien Vaillant sob a designação Caltha arvensis na obra Königl. Akad. Wiss. Paris Phys. Abh., volume 5, página 558, em 1754, tendo sido posteriormente arrolada ao género Calendula por Carlos Lineu, que dela faz menção na publicação Species Plantarum, Editio Secunda 2: 1303–1304. 1763.

Etimologia

Do que toca ao nome científico:

  • O nome genérico, Calendula, provém do étimo latino calendae, que significa «calenda; primeiro dia do mês», aludindo à fotoclínia das suas flores.
  • O epíteto específico, arvensis, termo latino que significa "de campos cultivados".

Do que toca ao nome comum «erva-vaqueira», este provém do papel desta planta enquanto erva de pasto, havendo inclusive a crença popular de que esta planta tem propriedades propiciadoras da produção de leite nas vacas.

Sinonímia

Usos

Etnofarmacologia

As folhas têm propriedades diaforéticas, podendo ser usadas tanto frescas, como secas.

As flores têm propriedades anti-espasmódicas, emenagogas e estimulantes, tendo sido usadas historicamente na ilha da Madeira, na preparação de mezinhas contra a rouquidão. As flores podem ser usadas tanto frescas, como secas. Com as pétalas pode ser feito chá, com propriedades tónicas para a circulação do sangue, o qual pode ajudar no tratamento das varizes.

O caule, quando esmagado, foi usado historicamente na preparação de unguentos para remover verrugas.

Esta espécie partilha de algumas das propriedades terapêuticas da Calendula officinalis, denominadamente no que toca à cicatrização de feridas cutâneas, tratamento de varizes, picadas, entorses e dores nos olhos.

Também lhe são reputadas propriedades terapêuticas no combate de febres e infecções crónicas.

A planta inteira, com particular destaque para as folhas e flores, contém reconhecidas propriedades antissépticas, aperientes, adstringentes, colagogas, emenagogas e estimulantes.

Culinária

Os rebentos e as folhas desta planta podem ser consumidos crus ou cozinhados. As folhas são ricas em vitaminas, assemelhando-se no seu valor nutricional às folhas do dente-de-leão.

Os botões da flor, antes de desabrocharem, podem ser conservados em vinagre e consumidos como pickles.

Referências

Bibliografia

  • Sequeira M, Espírito-Santo D, Aguiar C, Capelo J & Honrado J (Coord.) (2010). Checklist da Flora de Portugal (Continental, Açores e Madeira). Associação Lusitana de Fitossociologia (ALFA).
  • Calendula arvensis - The Plant List (2010). Version 1. Published on the Internet; http://www.theplantlist.org/ (consultado em 1 de novembro de 2014).
  • Calendula arvensis - International Plant Names Index
  • Castroviejo, S. (coord. gen.). 1986-2012. Flora iberica 1-8, 10-15, 17-18, 21. Real Jardín Botánico, CSIC, Madrid.

Ligações externas

  • Calendula arvensis - Flora-on
  • Calendula arvensis - The Euro+Med PlantBase
  • Calendula arvensis - Flora Vascular
  • Calendula arvensis - Biodiversity Heritage Library - Bibliografia
  • Calendula arvensis - JSTOR Global Plants
  • Calendula arvensis - Flora Europaea
  • Calendula arvensis - NCBI Taxonomy Database
  • Calendula arvensis - Global Biodiversity Information Facility
  • Calendula arvensis - Encyclopedia of Life

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